NADA DO QUE SE FOI
Audálio A Tavares
Quero construir um muro,
Que vai do piso ao infinito;
Para enterrar o passado,
Se foi pobre e obscuro.
Todos os sonhos findados
E tudo do que foi dito.
Quero apagar da lembrança,
Toda sombra que restou;
Falsas promessas políticas,
Qualquer sobra de esperança
Na sonolenta Justiça;
De tudo que se falou.
Esquecer os preconceitos,
Seja de raça ou de cor;
As taras da adolescência,
O mundo com seus defeitos.
Compreender a inocência
De quem pensa que pecou.
Tudo que ficou no tempo,
Que não pode retornar;
O que pensei em fazer,
Sonho que se foi no vento.
O que ficou sem dizer,
Projetos a realizar.
Nada mais do imperfeito,
Nem se quer pra conjugar;
E se houve algum eclipse
Ofuscando um ser perfeito,
Mas não faltou quem não visse...
Novamente o sol brilhar.