quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O Anoitecer da Vida
                           
    Audálio A Tavares

Sonata triste, o anoitecer da vida;
                        Executada na sôfrega jornada.
                        Prostrado da insólita caminhada,
                        Deixando mágoas, pensando as feridas.

                        Penúria de quem fica desvalido,
                        Rebelado, cansado de esperar;
                        Crê na justiça foi sonho perdido,
                        Ou liberdade que não se pode alcançar.

                        Ninguém assiste à tragédia humana.
                        Somos ainda vassalos de feudais,
                        Impingidos a tributos infernais.

                        Oblação calcada em falsidade,
                        De consciências supitadas se ufanam,
                        Num lasso mundo de desigualdade.

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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

“Para tudo uma Energia  


   Audálio A Tavares


Se me movo, se caminho ou me deito,
Para tudo vai aí uma energia;
Da fonte divinal me guia:
Ao peito.

Todo ser que respira livremente,
Busca na fonte, a força o fomento;
A planta, a flor a semente:
O vento.

Naquele entardecer no Araguaia,
Quando voa suave a garça branca,
Onde o violeiro canta:
Na praia.

No respingo da água fria caindo,
No belo desabrochar de uma rosa;
Na lêda manhã formosa:
Surgindo.

Enfim... Como mãos atentas no crivo,
Se me acalmo ou se me apresso,
Do escrever desses versos:
Que vivo.

Se eu vivo, logo sou um vivente,
E nasci do poder dessa energia
Que vive, rege e tudo cria:
Na mente.


TARDE DE PRIMAVERA”

   Audálio A Tavares


No brilho desta tarde quente,
Sinto a vida alegre sorri;
Do povo os rostos contentes,
A bela forma exibir.

Os pássaros esvoaçando
Com as suaves melodias;
A pureza do ar sugando,
Nessa completa harmonia.

A beleza que flui das cores
Formam tapetes encantados;
Fica o perfume das flores
Num colorido estampado.

Abelhas sugam o pólen,
Do qual produzem geléia,
Que a mestra rainha engole...
Camuflada na colméia

A brisa invade a varanda,
Onde o poeta contempla,
Esse vai e vem da demanda...
Que a bela tarde implementa.



terça-feira, 26 de outubro de 2010

UMA CENTELHA
                            Soneto – Audálio A. Tavares

Em mim, habita uma pujante chama,
                   Que emana de um grande ser perfeito
                   E me faz pensar que vive e inflama,
                   Essa energia palpitar-me ao peito.

                   Se negada essa chama o que seria?
                   Um inútil ou folha decaída.
                   Não se vive e viver não poderia,
                   Se dessa fonte não brotasse a vida.

                   Essa divinal chama que me aqueça!
Se sou eu dessa fonte uma centelha,
                   Que em mim brilhe sempre e resplandeça.

                   Minha alma na verdade se espelha,
                   Aflita busca nela a indulgência,
                   Que supere os momentos de carência. 
UMA CENTELHA
                            Soneto – Audálio A. Tavares

Em mim, habita uma pujante chama,
                   Que emana de um grande ser perfeito
                   E me faz pensar que vive e inflama,
                   Essa energia palpitar-me ao peito.

                   Se negada essa chama o que seria?
                   Um inútil ou folha decaída.
                   Não se vive e viver não poderia,
                   Se dessa fonte não brotasse a vida.

                   Essa divinal chama que me aqueça!
Se sou eu dessa fonte uma centelha,
                   Que em mim brilhe sempre e resplandeça.

                   Minha alma na verdade se espelha,
                   Aflita busca nela a indulgência,
                   Que supere os momentos de carência. 

domingo, 24 de outubro de 2010

 Velas Ao Vento

                Audálio A.Tavares

            Navego c’uma vela
            Por oceano atroz;
            C’uma vela amarela...
            Navego a brandos nós.                                                      

Às vezes me falta o vento
No tédio da calmaria,                                             
Eu fico a pensar no tempo...
De Nina e Santa Maria.

Depois que cessa a tormenta,
Zarpo de vento em popa;
É o mar quem me alimenta,
É o vento que me açoita.

C’o a vela solta ao vento,
Inflada na passarela,
Perdido nos pensamentos...
Eu levo saudades dela.

Lá distante... ficou ela,
De olhos fixos pro mar;
Procura avistar a vela,          
Que tremula ao regressar.

Eu ouço na voz do vento,
Soprar nas ondas do mar;
Até parece um lamento,
Me pedindo pra voltar.

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A SAGA DO SERTANEJO


 Audálio A Tavares


Relva seca sol ardente,
Horizonte a tremular;
Pés descalços terra quente,
Desatino dos viventes!
Sertanejo caminhando
Sem saber onde parar

Ossada de gado morto,
Urubus cobrindo o ar;
Sem Ter direito ao conforto,
E nem mesmo poder sonhar.
Sertanejo caminhando
Sem saber quando parar

Pele crespa ao relento,
Olhos fundos de aflição ;
Já não tem noção do tempo,
Fraco e quase sem visão.
Sertanejo caminhando
Sem saber se vai chegar.

Tomado d’um sentimento,
Que não se pode explicar
Vai pensando num momento,
De algum dia poder voltar.
Sertanejo caminhando
Sem Ter direito a sonhar.


A Infeliz Realidade

A família se dispersa,
Em busca da sobrevivência
Cada um segue seu rumo.
Uns levam consigo a dor,
No sofrimento da ausência;
Outros ficam na saudade
Sempre seguindo com pressa...
Esquecem até da verdade.

sábado, 23 de outubro de 2010

A Flor Perdida

A FLOR PERDIDA”
         Soneto
                                        

   Audálio A. Tavares



                                     Como uma flor perdida no deserto,
Te encontrei assim tão desprotegida;
Exposta aos inimigos e fadiga,
Do teu frescor sugava o desonesto.

Minha sombra do calor te refrescou,
Dos raios que da maldade lançavam;
Em teu repouso alcancei o que buscava,
E acabei sem saber... te dando amor.

Do perfume guardei doce fragrância,
Do teu amor eu degustei doce sabor;
Nos momentos de prazer que me refiz.

Renasceu dentre mim uma esperança,
E dessa ilusão tornei-me um sonhador,
Que almeja eternamente ser feliz.