A SAGA DO SERTANEJO
Audálio A Tavares
Relva seca sol ardente,
Horizonte a tremular;
Pés descalços terra quente,
Desatino dos viventes!
Sertanejo caminhando
Sem saber onde parar
Ossada de gado morto,
Urubus cobrindo o ar;
Sem Ter direito ao conforto,
E nem mesmo poder sonhar.
Sertanejo caminhando
Sem saber quando parar
Pele crespa ao relento,
Olhos fundos de aflição ;
Já não tem noção do tempo,
Fraco e quase sem visão.
Sertanejo caminhando
Sem saber se vai chegar.
Tomado d’um sentimento,
Que não se pode explicar
Vai pensando num momento,
De algum dia poder voltar.
Sertanejo caminhando
Sem Ter direito a sonhar.
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